terça-feira, 14 de agosto de 2007

Os primeiros dias de trabalho

Antes de começar queria pedir desculpas à quem lê este pequeno grande espaço, mas é que tenho trabalhado tanto que a minha inspiração vai à zero!!!Mas hoje não tem desculpa até porque estamos em feriado no Japão que é o hanabi, uma festa com fogos, muitas luzes que foi criada para os deuses darem saúde porque estamos no mês mais quente do Japão e antigamente nesta época ocorriam muitas mortes. Ainda não existia ar condicionado etc e tal para enfrentar este calorão todo...Acho que a maioria das pessoas no Brasil acham que no Japão só faz frio e só tem neve, também imaginava isso, mas aqui nós vemos e sentimos as 4 estações do ano perfeitamente.
Bom, agora indo direto ao título, nosso primeiro dia de trabalho foi dia 5 de Março de 2007. Ainda fazia um friozinho...Na noite anterior ao nosso primeiro dia de trabalho ventou muito, foi um pequeno taifu, nem dormimos direito até porque moramos ao lado de uma torre gigantesca, o medo dela cair ela grande...Rs...Pegamos o ônibus que nos leva até a fábrica em Oda, fica a uns 45 minutos de Izumo, e chegamos ao nosso primeiro longo dia.
Eu e Thiago fomos aprender o mesmo serviço, operar máquinas de embalagem, quando eu vi aquilo achei que jamais iria conseguir aprender. Tudo escrito em Nihon-go, muitos procedimentos metódicos, quase enlouqueci!!!
Assim que chegamos fui apresentada ao meu digamos professor, assim que começamos a conversar ele me mostrou a foto da filha linda que ele deixou no Brasil. Me deu um nó na garganta só de imaginar o quanto é duro deixar uma coisinha tão fofa. Depois fui conhecendo outras pessoas e vi que era muito comum isto, as oportunidades no Brasil estão cada vez menores e quem pode vir para cá não pensa duas vezes.
Na mesma semana veio um rapaz já de meia idade veio se despedir, ele me contou que iria embora pois a mulher dele não estava bem de saúde. Foi um outro baque para mim, daí você vai dando conta que apesar de ganhar dinheiro por aqui você paga um preço muito grande que é a saudade e da tristeza de não poder estar presente em momentos delicados como este. O que é confortante é que brasileiro tem um coração muito bom e todos os que já eram veteranos na fábrica deram uma ajuda financeira.

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